sábado, 21 de junho de 2014

Apocalipse de Pedro


            Estando o Salvador sentado no Templo, no trecentésimo (ano) a contar da data da fundação e no (mês) da edificação das dez colunas, e satisfeito pelo número de almas viventes, Ele — a Grandeza Incontaminada — me disse:
            "Pedro, bem-aventurados os que são (filhos) do Pai que está no céu, os que provêm da vida e aos quais Ele desvelou a vida por meu intermédio. Já que eu fiz com que eles recordassem. Eles são edificados sobre sólidos (alicerces) para que ouçam a minha palavra e distingam as palavras da injustiça e da transgressão da Lei das palavras da Justiça.
            "Com efeito, eles provêm do alto, de toda a palavra da plenitude da Verdade, foram graciosamente iluminados por Aquele que é procurado sem ser encontrado, pelas potestades; Aquele que não foi mencionado por qualquer geração de profetas.
            "Ele apareceu então entre eles, abertamente, apareceu naquele que é Filho do Homem, que se eleva para além dos céus,para temor dos homens que amam os bens (deste mundo).
            "Mas tu, Pedro, sê forte! Torna-te perfeito, em conformidade com teu nome e comigo, que sou Aquele que te escolheu; em ti estabeleci o inicio também para os outros que eu chamei ao conhecimento.
            "Por conseguinte, sê forte, imitando a Justiça dAquele que te chamou. De fato, Ele te chamou para que tu O conheças de modo digno, por causa da rejeição de que foi alvo, por causa dos tendões de suas mãos e de seus pés, por causa do coroamento (de espinhos) por parte daqueles da região do meio, e por causa do corpo luminoso que eles levavam na esperança de estarem cumprindo um serviço digno de honrosa recompensa, enquanto Ele estava prestes a te experimentar por três vezes ao longo daquela noite."

            CEGOS E SURDOS
            Enquanto Ele assim falava, eu vi os sacerdotes e o povo correndo em nossa direção com pedras, como se quisessem matar-nos. Tive medo de que estivéssemos para morrer.
E Ele me disse: "Pedro, diversas vezes te disse que estes estão cegos, desprovidos de qualquer guia. Se queres conhecer a sua cegueira, coloca tuas mãos sobre teus olhos — que são luas vestes — e dize-me o que vês."

            Entretanto, isto feito, eu não via absolutamente nada. E eu disse: "Nada há para ver!" Ele disse-me novamente: "Volta a proceder do mesmo modo."

            Fui invadido por um medo agradável, porque vi uma luz nova, mais forte que a luz do dia; por fim enxerguei o Salvador. E eu falei-lhe das coisas que havia visto.
Voltou a me dizer: "Eleva as tuas mãos e ouve o que dizem os sacerdotes e o povo". Eu prestei atenção aos sacerdotes que se sentaram com os escribas, enquanto a multidão (lá fora) bradava. Quando Ele ouviu de mim estas coisas, disse-me: "Apura os ouvidos e escuta o que eles dizem". Eu novamente prestei atenção. "Enquanto tu ocupas teu lugar, eles te louvam". Quando eu disse isto, o Salvador prosseguiu: "Disse-te que eles são cegos e surdos. Ora, então ouve as coisas que te dirão em segredo, e guarda-as. Não as manifestes ao filho deste éon! Neste, com efeito, tu serás insultado porque te ignoram. Mas louvar-te-ão assim que te conhecerem."

            SOLILÓQUIO
            No inicio, realmente, muitos acolherão o nosso ensinamento. Mas em seguida, por vontade do pai do erro dos humanos, voltar-se-ão novamente para ele: já que farão o que ele quer. E ele, em sua justiça, revelar-lhes-á o significado da Palavra. Os que se juntarem a eles, entretanto, tornar-se-ão seus prisioneiros, porque estão privados de conhecimento. Aquele que é inocente, bom e puro, é por eles entregue ao carrasco e à autoridade de quantos louvam um Cristo "restaurado".

            FALSOS ENSINAMENTOS: PAULO
            Homens que propagam falsidades virão depois de ti. Eles aderirão ao nome de um homem morto contando que serão purificados (por esse nome). Ao invés disso, eles comprometer-se-ão enormemente, abandonar-se-ão a um nome sedutor, a um cristo enganador, a um dogma multiforme que os dominará com o propósito de os dividir.
Alguns deles insultarão a Verdade e enunciarão um mau ensinamento; e todos falarão mal uns dos outros.

            Alguns serão chamados pelos nomes dos arcontes, sob cujo poder se colocam.

            FALSOS ENSINAMENTOS: SIMÃO E HERMAS
            (Outros serão chamados pelo nome) de um homem que tem uma mulher nua, multiforme e sujeita a múltiplos sofrimentos.

            E aqueles que propagam estes (ensinamentos) explorarão os sonhos; e quando afirmarem que um sonho provém de um demônio digno de seu erro, serão deixados à corrupção e não à incorrupção.

            Com efeito, o mal não pode produzir bom fruto. Uma vez que do lugar de onde vem, cada um atrai o que a si se assemelha.

            FALSOS ENSINAMENTOS: ALMAS MORTAIS E ALMAS IMORTAIS
            Nem todas as almas provêm da Verdade, nem todas da imortalidade. Nestes éons em nossa opinião — cada alma está destinada a morrer porque é sempre escrava, tendo sido criada para (satisfazer) os seus desejos, e o seu papel é a destruição eterna: nela se encontra e dela deriva. Essas almas amam as criaturas da matéria vindas à existência com elas.

            Mas as almas imortais, ó Pedro, não são assim. Todavia, até que não tenha chegado a hora da morte (a alma imortal) parecerá semelhante à mortal. Não manifestará a sua (verdadeira) natureza, a qual — ela só — é imortal e aspira à imortalidade, tendo fé e desejando a renúncia às coisas terrenas.

            As pessoas sábias têm conhecimento de que não se colhem figos de cardos ou de espinhos, nem uvas de plantas espinhosas. Isto é, cada fruto provém sempre da árvore à qual pertence: se ele não for bom para ela (a alma) será a destruição e a morte; a outra alma, ao invés, provém da árvore eterna, a da Vida e da imortalidade, da Vida à qual ela se assemelha.

            Portanto, tudo que não tem existência verdadeira se dissolverá em nada.

            Os surdos e os cegos só se afinam com os seus semelhantes.

            FALSOS ENSINAMENTOS: QUEM CONHECE O MISTÉRIO
            Outros procederão à transformação através de falsos ensinamentos e de mistérios enganadores.

            Pessoas que não conhecem os (verdadeiros) mistérios falam de coisas que não entendem, gabam-se de ser os únicos que conhecem o mistério da Verdade, e, cheios de orgulho, agarram-se à insolência invejando a alma imortal, que se tornou entretanto uma garantia.
Já que cada autoridade, puder e força destes éons deseja estar com elas (as almas imortais) na criação do mundo, para que aquelas que não são (isto é, as forças), tendo sido esquecidas por aquelas que (realmente) são, as possam louvar, embora não tenham sido salvas nem tenham sido guiadas pelo caminho que a elas conduz, desejando sempre tornarem-se imortais. Porque quando a alma imortal é revigorada por um espírito intelectual, nela logo penetram aquelas (forças) que a fazem desviar.

            Mas muitos outros se opõem à Verdade e são mensageiros de erro e opõem o seu erro e a sua lei a estes meus pensamentos puros: olhando em prospectiva, acho que o bem e o mal derivam da mesma (fonte). Estes fazem negócio com as minhas palavras e propagarão um duro destino: a estirpe das almas imortais caminhará inutilmente ao longo desta (estrada) até a minha parusia.

            FALSOS ENSINAMENTOS: A PENITÊNCIA
            Do meio deles surgirão (pessoas que renegarão a minha palavra) e o perdão de seus erros, nos quais caíram por obra de seus inimigos, pessoas que eu resgatei da escravidão em que se encontravam, e às quais dei a liberdade; estes nada mais fizeram do que adulterar (o verdadeiro perdão) em nome de um morto, isto é, do Hermas, primogênito da injustiça, para que a (verdadeira) luz, que existe, não seja vista pelos peque-nos.

            Todos os que pertencem a este gênero (de pessoas) são os maus operários, que serão lançados nas trevas exteriores, longe dos filhos da luz. Porque não só eles não entram, como não permitem que aqueles que o desejam ascendam à sua meta, favorecendo a própria libertação.

            FALSOS ENSINAMENTOS: FALSA IRMANDADE
            Outros, ainda, de entre eles, encontrando-se no meio do sofrimento, crêem poder levara bom termo a (norma da) sabedoria da verdadeira irmandade, realmente existente: esta é a união de espírito entre os que provém da mesma raiz, nutria comunhão da qual transparecerão as núpcias da incorruptibilidade.

            (No lugar desta) entre aqueles surgirá, como se de uma imitação se tratasse, alguma coisa de um gênero semelhante, a geração da "irmandade".

            Estes são os que oprimem os irmãos dizendo: "Por intermédio disto (ou seja a 'irmandade') o nosso Deus oferece a sua misericórdia, porque é (só) por meio disto que Ele dará a salvação".

            Com isto, simulando conhecerem o castigo estabelecido contra aqueles que apenas concordam com os que agiram assim em relação aos pequenos — aqueles que (concordam) com os que viram os pequenos serem feitos prisioneiros.

            FALSOS ENSINAMENTOS: BISPOS E DIÁCONOS
            Mas haverá ainda outros, entre os que não pertencem ao nosso número, que se chamarão "bispos" e também "diáconos", como se tivessem recebido de Deus a plena autoridade.
Estes sentam-se à mesa segundo a lei dos primeiros lugares: são canais sem água!

            PEDRO E O MEDO
            Mas eu disse: "Eu tenho medo por causa daquilo que me disseste, que somente poucos — por mais que enxerguemos — são os que escapam do desvio, enquanto que são multidões os que farão desviar outras multidões de seres vivos, e as anularão consigo próprias.

            "E no momento em que pronunciarem o teu nome serão considerados dignos de fé!"

            O Salvador respondeu: "Um tempo limitado lhes foi concedido para perseverarem em seu erro, dominando os pequenos.

            "Cumprido o tempo (do éon) do erro, renovar-se-á o éon que não envelhece, pela inteligência imortal, e eles (os pequenos) dominarão então os que agora dominam.

            "Ele extirpará o erro deles pela raiz e expô-lo-á à vergonha, de maneira que ela (a alma) se possa manifestar em plena liberdade, assim que tenha recebido a inteligência. E todos os que forem assim se tornarão imortais, ó Pedro.

            A GRANDE REVELEÇÃO
            "Vem, pois, caminhemos no sentido do cumprimento da vontade do Pai imortal.
            "Eis, com efeito, que carregarão a sentença pronunciada contra mim, e cairão em desgraça.
            "Quanto a mim, Pedro, não podem nem de leve tocar-me. Mas tu, Pedro, te encontrarás no meio deles.
            "Não temas, porém, pela tua vida. A inteligência deles será limitada, porque o Invisível se opôs a eles."
            Enquanto me dizia estas coisas eu o vi ser agarrado por eles e eu disse:
            "Que vejo, Senhor? É a Ti mesmo que eles aprisionam, ainda que Te estejas entretendo comigo? Ou melhor, quem é aquele que, sereno e sorridente, se encontra sobre a árvore? E outro aquele a quem eles ferem mãos e pés?"
            O Salvador respondeu-me: "Aquele que tu viste sereno e sorridente sobre a árvore, esse é o Jesus em vida. Mas aquele a quem trespassara mãos e pés com pregos, esse é a sua parte corpórea, isto é, o seu substituto exposto à vergonha: é aquele que veio à sua semelhança.
            "Olha para Ele e para mim!" Mas eu, depois de ter olhado, disse: "Senhor, ninguém Te vê, fujamos daqui!"
            Mas Ele disse-me: "Eu te disse que eles são cegos. Deixa-os sós! Tu apercebes-te do quão pouco compreendem o que dizem. Eles expuseram à vergonha o filho da sua Glória, ao invés de meu servo."

            E eu vi, aproximando-se de nós, um que se parecia com Ele, exatamente com aquele que estava sorridente sobre a árvore. Ele estava (pleno) com o Espírito Santo, Ele é o Salvador.
Havia uma forte e inexprimível luz que os envolvia e uma multidão inefável e invisível de anjos que os louvavam.

            E no momento em que para Ele olhei, Ele se manifestou como alguém glorificado. E me disse:
            "Coragem! Na verdade, tu és aquele a quem foi dado conhecer, sem véus, estes mistérios.
            "De fato, Aquele que foi pregado é o Primogênito, a casa dos demônios, e o invólucro de pedra no qual Ele habita, e o homem de Elohim, o homem da cruz, aquele que está sob a Lei.
            "Ao invés, Aquele que está junto a Ele é o Salvador em vida: o primeiro, nele, é Aquele que prenderam e libertaram, Aquele que, alegre, olha para os que o trataram com violência, enquanto eles estavam divididos.
            "Portanto, Ele ri da cegueira intelectual deles: Ele sabe que nasceram cegos.
            "Aquele que está sujeito a sofrer virá; o corpo é um substituto. Mas o que eles libertaram era o meu corpo imaterial. Enquanto eu sou espírito intelectual, pleno de luz resplandecente.
            "O que tu viste vir a mim é o nosso Pleroma intelectual, que une a luz perfeita ao meu Santo Espírito.
            "Por isso, as coisas que tu viste deves transmiti-las à outra estirpe, àqueles que não provêm deste éon. Porque um dom deste, gênero não é colocado em homens que não sejam imortais; mas tão-somente naqueles que foram escolhidos em virtude da sua natureza imortal, naqueles que demonstraram ser capazes de acolhê-lo: este espírito dar-lhes-á a própria plenitude."

            CONCLUSÃO
            "Em conclusão, Ele disse: "A quem tem será dado e terá em abundância. Mas a quem não tem — ao homem deste lugar, aquele que está completamente morto, aquele que está longe da plantação desta criação, (porque é um homem) desta geração, na qual, quando aparece alguém cuja natureza é imortal, crê-se poder capturá-lo — a ele será tirado o que tem e será dado àquele que tem. Portanto, sê corajoso! Não tenhas medo de ninguém! Porque eu estarei contigo para que nenhum dos teus inimigos prevaleça sobre ti. A paz esteja contigo! Sê forte!" Fim

            Segundo a Bíblia, seu nome original não era Pedro, mas Simão. Aparece ainda uma variante do seu nome original, Simão Pedro, no livro dos Atos dos Apóstolos (Atos 10:18) e na II Epístola de Pedro (II Pedro 1:1).

            No Evangelho de João (João 1:42), Cristo muda seu nome para כיפא, Kepha (Cefas em português), que em aramaico significa "pedra", "rocha", nome este que foi traduzido para o grego como Πέτρος, Petros, através da palavra πέτρα, petra, que também significa "pedra" ou "rocha", e posteriormente passou para o latim como Petrus, também através da palavra petra, de mesmo significado.

            A mudança de seu nome por Jesus Cristo, bem como seu significado, ganham importância de acordo com a Igreja Católica em Mateus 16:18, quando Jesus diz: "E eu te declaro: tu és Kepha e sobre esta kepha edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão nunca contra ela." Jesus comparava Simão à rocha.6 Desta forma, Cristo, de acordo com a tradição católica, foi o fundador da Igreja Católica, fundada sobre Simão Pedro e sendo-lhe concedido, por este motivo, o título de Príncipe dos Apóstolos. Esse título é um tanto tardio, visto que tal designação só começaria a ser usada cerca de um século mais tarde, suplementando o de Patriarca (agora destinado a outro uso). Pedro foi o primeiro Bispo de Roma. Essa circunstância é importante, pois daí provém a primazia do Papa e da diocese de Roma sobre toda a Igreja Católica; posteriormente esse evento originaria os títulos "Apostólica" e "Romana".

            Antes de se tornar um dos doze discípulos de Cristo, Simão era pescador. Teria nascido em Betsaida e morava em Cafarnaum. Era filho de um homem chamado João ou Jonas e tinha por irmão o também apóstolo André. Simão e André eram "empresários" da pesca e tinham sua própria frota de barcos, em sociedade com Tiago, João e o pai destes, Zebedeu7 .

            Possivelmente Pedro era casado e tinha pelo menos um filho . Sua esposa era de uma família rica e moravam numa casa própria, cuja descrição é muito semelhante a uma vila romana , na cidade "romana" de Cafarnaum .

            Segundo o relato em Lucas 5:1-11, no episódio conhecido como "Pesca milagrosa", Pedro teria conhecido Jesus quando este lhe pediu que utilizasse uma das suas barcas, de forma a poder pregar a uma multidão de gente que o queria ouvir. Pedro, que estava a lavar redes com Tiago e João, seus sócios e filhos de Zebedeu, concedeu-lhe o lugar na barca, que foi afastada um pouco da margem.

            No final da pregação, Jesus disse a Simão que fosse pescar de novo com as redes em águas mais profundas. Pedro disse-lhe que tentara em vão pescar durante toda a noite e nada conseguira mas, em atenção ao seu pedido, fá-lo-ia. O resultado foi uma pescaria de tal monta que as redes iam rebentando, sendo necessária a ajuda da barca dos seus dois sócios, que também quase se afundava puxando os peixes. Numa atitude de humildade e espanto Pedro prostrou-se perante Jesus e disse para que se afastasse dele, já que é um pecador. Jesus encorajou-o, então, a segui-lo, dizendo que o tornará "pescador de homens".

            Nos evangelhos sinóticos, o nome de Pedro sempre encabeça a lista dos discípulos de Jesus, o que na interpretação da Igreja Católica Romana deixa transparecer um lugar de primazia sobre o Colégio Apostólico. Não se descarta que Pedro, assim como seu irmão André, antes de seguir Jesus, tenha sido discípulo de João Batista.

            Outro dado interessante era a estreita amizade entre Pedro e João Evangelista, fato atestado em todos os evangelhos, como por exemplo, na Última Ceia, quando pergunta ao Mestre, através do Discípulo amado (João), quem o haveria de trair ou quando ambos encontram o sepulcro de Cristo vazio no Domingo de Páscoa. Fato é que tal amizade perdurou até mesmo após a Ascensão de Jesus, como podemos constatar na cena da cura de um paralítico posto nas portas do Templo de Jerusalém.

            Segundo a tradição defendida pela Igreja Católica Romana e pela Igreja Ortodoxa, o apóstolo Pedro, depois de ter exercido o episcopado em Antioquia, teria se tornado o primeiro Bispo de Roma. Segundo esta tradição, depois de solto da prisão em Jerusalém, o apóstolo teria viajado até Roma e ali permanecido até ser expulso com os judeus e cristãos pelo imperador Cláudio, época em que haveria voltado a Jerusalém para participar da reunião de apóstolos sobre os rituais judeus no chamado Concílio de Jerusalém. A Bíblia atesta que após esta reunião, Pedro ficou em Antioquia (como o seu companheiro de ministério, Paulo, afirma em sua carta aos gálatas). A tradição da Igreja Católica Romana afirma que depois de passar por várias cidades, Pedro haveria sido martirizado em Roma entre 64 e 67 d.C. Desde a Reforma, teólogos e historiadores protestantes afirmaram que Pedro não teria ido a Roma; esta tese foi defendida mais proeminentemente por Ferdinand Christian Baur, da Escola de Tübingen. Outros, como Heinrich Dressel, em 1872, declararam que Pedro teria sido enterrado em Alexandria, no Egito ou em Antioquia.4 Hoje, porém, os historiadores concordam que Pedro realmente viveu e morreu em Roma. O historiador luterano Adolf Harnack afirmou que as teses anteriores foram tendenciosas e prejudicaram o estudo sobre a vida de Pedro em Roma.4 Sua vida continua sendo objeto de investigação, mas o seu túmulo está localizado na Basílica de São Pedro, no Vaticano, o qual foi descoberto em 1950 após anos de meticulosa investigação.5

            Alguns pesquisadores acreditam que, assim como Judas Iscariotes, Pedro tenha sido um zelota, grupo que teria surgido dos fariseus e constituía-se de pequenos camponeses e membros das camadas mais pobres da sociedade. Este supostamente estaria comprovado em Marcos 3:18, assim como em Atos 1:13, no entanto, o certo "Simão, o Zelote" é na realidade uma pessoa distinta dentre as nomeações descritas nas referidas citações.