Estando
o Salvador sentado no Templo, no trecentésimo (ano) a contar da data da fundação
e no (mês) da edificação das dez colunas, e satisfeito pelo número de almas
viventes, Ele — a Grandeza Incontaminada — me disse:
"Pedro,
bem-aventurados os que são (filhos) do Pai que está no céu, os que provêm da
vida e aos quais Ele desvelou a vida por meu intermédio. Já que eu fiz com que
eles recordassem. Eles são edificados sobre sólidos (alicerces) para que ouçam
a minha palavra e distingam as palavras da injustiça e da transgressão da Lei
das palavras da Justiça.
"Com
efeito, eles provêm do alto, de toda a palavra da plenitude da Verdade, foram
graciosamente iluminados por Aquele que é procurado sem ser encontrado, pelas
potestades; Aquele que não foi mencionado por qualquer geração de profetas.
"Ele
apareceu então entre eles, abertamente, apareceu naquele que é Filho do Homem,
que se eleva para além dos céus,para temor dos homens que amam os bens (deste
mundo).
"Mas
tu, Pedro, sê forte! Torna-te perfeito, em conformidade com teu nome e comigo,
que sou Aquele que te escolheu; em ti estabeleci o inicio também para os outros
que eu chamei ao conhecimento.
"Por
conseguinte, sê forte, imitando a Justiça dAquele que te chamou. De fato, Ele
te chamou para que tu O conheças de modo digno, por causa da rejeição de que
foi alvo, por causa dos tendões de suas mãos e de seus pés, por causa do
coroamento (de espinhos) por parte daqueles da região do meio, e por causa do
corpo luminoso que eles levavam na esperança de estarem cumprindo um serviço
digno de honrosa recompensa, enquanto Ele estava prestes a te experimentar por
três vezes ao longo daquela noite."
CEGOS
E SURDOS
Enquanto
Ele assim falava, eu vi os sacerdotes e o povo correndo em nossa direção com
pedras, como se quisessem matar-nos. Tive medo de que estivéssemos para morrer.
E Ele me disse: "Pedro,
diversas vezes te disse que estes estão cegos, desprovidos de qualquer guia. Se
queres conhecer a sua cegueira, coloca tuas mãos sobre teus olhos — que são
luas vestes — e dize-me o que vês."
Entretanto,
isto feito, eu não via absolutamente nada. E eu disse: "Nada há para
ver!" Ele disse-me novamente: "Volta a proceder do mesmo modo."
Fui
invadido por um medo agradável, porque vi uma luz nova, mais forte que a luz do
dia; por fim enxerguei o Salvador. E eu falei-lhe das coisas que havia visto.
Voltou a me dizer: "Eleva as
tuas mãos e ouve o que dizem os sacerdotes e o povo". Eu prestei atenção
aos sacerdotes que se sentaram com os escribas, enquanto a multidão (lá fora)
bradava. Quando Ele ouviu de mim estas coisas, disse-me: "Apura os ouvidos
e escuta o que eles dizem". Eu novamente prestei atenção. "Enquanto
tu ocupas teu lugar, eles te louvam". Quando eu disse isto, o Salvador
prosseguiu: "Disse-te que eles são cegos e surdos. Ora, então ouve as
coisas que te dirão em segredo, e guarda-as. Não as manifestes ao filho deste
éon! Neste, com efeito, tu serás insultado porque te ignoram. Mas louvar-te-ão
assim que te conhecerem."
SOLILÓQUIO
No
inicio, realmente, muitos acolherão o nosso ensinamento. Mas em seguida, por
vontade do pai do erro dos humanos, voltar-se-ão novamente para ele: já que
farão o que ele quer. E ele, em sua justiça, revelar-lhes-á o significado da
Palavra. Os que se juntarem a eles, entretanto, tornar-se-ão seus prisioneiros,
porque estão privados de conhecimento. Aquele que é inocente, bom e puro, é por
eles entregue ao carrasco e à autoridade de quantos louvam um Cristo
"restaurado".
FALSOS
ENSINAMENTOS: PAULO
Homens
que propagam falsidades virão depois de ti. Eles aderirão ao nome de um homem
morto contando que serão purificados (por esse nome). Ao invés disso, eles
comprometer-se-ão enormemente, abandonar-se-ão a um nome sedutor, a um cristo
enganador, a um dogma multiforme que os dominará com o propósito de os dividir.
Alguns deles insultarão a Verdade
e enunciarão um mau ensinamento; e todos falarão mal uns dos outros.
Alguns
serão chamados pelos nomes dos arcontes, sob cujo poder se colocam.
FALSOS
ENSINAMENTOS: SIMÃO E HERMAS
(Outros
serão chamados pelo nome) de um homem que tem uma mulher nua, multiforme e
sujeita a múltiplos sofrimentos.
E
aqueles que propagam estes (ensinamentos) explorarão os sonhos; e quando
afirmarem que um sonho provém de um demônio digno de seu erro, serão deixados à
corrupção e não à incorrupção.
Com
efeito, o mal não pode produzir bom fruto. Uma vez que do lugar de onde vem,
cada um atrai o que a si se assemelha.
FALSOS
ENSINAMENTOS: ALMAS MORTAIS E ALMAS IMORTAIS
Nem
todas as almas provêm da Verdade, nem todas da imortalidade. Nestes éons em
nossa opinião — cada alma está destinada a morrer porque é sempre escrava,
tendo sido criada para (satisfazer) os seus desejos, e o seu papel é a
destruição eterna: nela se encontra e dela deriva. Essas almas amam as
criaturas da matéria vindas à existência com elas.
Mas
as almas imortais, ó Pedro, não são assim. Todavia, até que não tenha chegado a
hora da morte (a alma imortal) parecerá semelhante à mortal. Não manifestará a
sua (verdadeira) natureza, a qual — ela só — é imortal e aspira à imortalidade,
tendo fé e desejando a renúncia às coisas terrenas.
As
pessoas sábias têm conhecimento de que não se colhem figos de cardos ou de
espinhos, nem uvas de plantas espinhosas. Isto é, cada fruto provém sempre da
árvore à qual pertence: se ele não for bom para ela (a alma) será a destruição
e a morte; a outra alma, ao invés, provém da árvore eterna, a da Vida e da
imortalidade, da Vida à qual ela se assemelha.
Portanto,
tudo que não tem existência verdadeira se dissolverá em nada.
Os
surdos e os cegos só se afinam com os seus semelhantes.
FALSOS
ENSINAMENTOS: QUEM CONHECE O MISTÉRIO
Outros
procederão à transformação através de falsos ensinamentos e de mistérios
enganadores.
Pessoas
que não conhecem os (verdadeiros) mistérios falam de coisas que não entendem,
gabam-se de ser os únicos que conhecem o mistério da Verdade, e, cheios de
orgulho, agarram-se à insolência invejando a alma imortal, que se tornou
entretanto uma garantia.
Já que cada autoridade, puder e
força destes éons deseja estar com elas (as almas imortais) na criação do
mundo, para que aquelas que não são (isto é, as forças), tendo sido esquecidas
por aquelas que (realmente) são, as possam louvar, embora não tenham sido
salvas nem tenham sido guiadas pelo caminho que a elas conduz, desejando sempre
tornarem-se imortais. Porque quando a alma imortal é revigorada por um espírito
intelectual, nela logo penetram aquelas (forças) que a fazem desviar.
Mas
muitos outros se opõem à Verdade e são mensageiros de erro e opõem o seu erro e
a sua lei a estes meus pensamentos puros: olhando em prospectiva, acho que o
bem e o mal derivam da mesma (fonte). Estes fazem negócio com as minhas
palavras e propagarão um duro destino: a estirpe das almas imortais caminhará
inutilmente ao longo desta (estrada) até a minha parusia.
FALSOS
ENSINAMENTOS: A PENITÊNCIA
Do
meio deles surgirão (pessoas que renegarão a minha palavra) e o perdão de seus
erros, nos quais caíram por obra de seus inimigos, pessoas que eu resgatei da
escravidão em que se encontravam, e às quais dei a liberdade; estes nada mais
fizeram do que adulterar (o verdadeiro perdão) em nome de um morto, isto é, do
Hermas, primogênito da injustiça, para que a (verdadeira) luz, que existe, não
seja vista pelos peque-nos.
Todos
os que pertencem a este gênero (de pessoas) são os maus operários, que serão
lançados nas trevas exteriores, longe dos filhos da luz. Porque não só eles não
entram, como não permitem que aqueles que o desejam ascendam à sua meta,
favorecendo a própria libertação.
FALSOS
ENSINAMENTOS: FALSA IRMANDADE
Outros,
ainda, de entre eles, encontrando-se no meio do sofrimento, crêem poder levara
bom termo a (norma da) sabedoria da verdadeira irmandade, realmente existente:
esta é a união de espírito entre os que provém da mesma raiz, nutria comunhão
da qual transparecerão as núpcias da incorruptibilidade.
(No
lugar desta) entre aqueles surgirá, como se de uma imitação se tratasse, alguma
coisa de um gênero semelhante, a geração da "irmandade".
Estes
são os que oprimem os irmãos dizendo: "Por intermédio disto (ou seja a
'irmandade') o nosso Deus oferece a sua misericórdia, porque é (só) por meio
disto que Ele dará a salvação".
Com
isto, simulando conhecerem o castigo estabelecido contra aqueles que apenas
concordam com os que agiram assim em relação aos pequenos — aqueles que
(concordam) com os que viram os pequenos serem feitos prisioneiros.
FALSOS
ENSINAMENTOS: BISPOS E DIÁCONOS
Mas
haverá ainda outros, entre os que não pertencem ao nosso número, que se
chamarão "bispos" e também "diáconos", como se tivessem
recebido de Deus a plena autoridade.
Estes sentam-se à mesa segundo a
lei dos primeiros lugares: são canais sem água!
PEDRO
E O MEDO
Mas
eu disse: "Eu tenho medo por causa daquilo que me disseste, que somente
poucos — por mais que enxerguemos — são os que escapam do desvio, enquanto que
são multidões os que farão desviar outras multidões de seres vivos, e as
anularão consigo próprias.
"E
no momento em que pronunciarem o teu nome serão considerados dignos de
fé!"
O
Salvador respondeu: "Um tempo limitado lhes foi concedido para
perseverarem em seu erro, dominando os pequenos.
"Cumprido
o tempo (do éon) do erro, renovar-se-á o éon que não envelhece, pela
inteligência imortal, e eles (os pequenos) dominarão então os que agora
dominam.
"Ele
extirpará o erro deles pela raiz e expô-lo-á à vergonha, de maneira que ela (a
alma) se possa manifestar em plena liberdade, assim que tenha recebido a
inteligência. E todos os que forem assim se tornarão imortais, ó Pedro.
A
GRANDE REVELEÇÃO
"Vem,
pois, caminhemos no sentido do cumprimento da vontade do Pai imortal.
"Eis,
com efeito, que carregarão a sentença pronunciada contra mim, e cairão em
desgraça.
"Quanto
a mim, Pedro, não podem nem de leve tocar-me. Mas tu, Pedro, te encontrarás no
meio deles.
"Não
temas, porém, pela tua vida. A inteligência deles será limitada, porque o
Invisível se opôs a eles."
Enquanto
me dizia estas coisas eu o vi ser agarrado por eles e eu disse:
"Que
vejo, Senhor? É a Ti mesmo que eles aprisionam, ainda que Te estejas entretendo
comigo? Ou melhor, quem é aquele que, sereno e sorridente, se encontra sobre a
árvore? E outro aquele a quem eles ferem mãos e pés?"
O
Salvador respondeu-me: "Aquele que tu viste sereno e sorridente sobre a
árvore, esse é o Jesus em vida. Mas aquele a quem trespassara mãos e pés com
pregos, esse é a sua parte corpórea, isto é, o seu substituto exposto à
vergonha: é aquele que veio à sua semelhança.
"Olha
para Ele e para mim!" Mas eu, depois de ter olhado, disse: "Senhor,
ninguém Te vê, fujamos daqui!"
Mas
Ele disse-me: "Eu te disse que eles são cegos. Deixa-os sós! Tu
apercebes-te do quão pouco compreendem o que dizem. Eles expuseram à vergonha o
filho da sua Glória, ao invés de meu servo."
E
eu vi, aproximando-se de nós, um que se parecia com Ele, exatamente com aquele
que estava sorridente sobre a árvore. Ele estava (pleno) com o Espírito Santo,
Ele é o Salvador.
Havia uma forte e inexprimível
luz que os envolvia e uma multidão inefável e invisível de anjos que os
louvavam.
E
no momento em que para Ele olhei, Ele se manifestou como alguém glorificado. E
me disse:
"Coragem!
Na verdade, tu és aquele a quem foi dado conhecer, sem véus, estes mistérios.
"De
fato, Aquele que foi pregado é o Primogênito, a casa dos demônios, e o
invólucro de pedra no qual Ele habita, e o homem de Elohim, o homem da cruz,
aquele que está sob a Lei.
"Ao
invés, Aquele que está junto a Ele é o Salvador em vida: o primeiro, nele, é
Aquele que prenderam e libertaram, Aquele que, alegre, olha para os que o
trataram com violência, enquanto eles estavam divididos.
"Portanto,
Ele ri da cegueira intelectual deles: Ele sabe que nasceram cegos.
"Aquele
que está sujeito a sofrer virá; o corpo é um substituto. Mas o que eles
libertaram era o meu corpo imaterial. Enquanto eu sou espírito intelectual,
pleno de luz resplandecente.
"O
que tu viste vir a mim é o nosso Pleroma intelectual, que une a luz perfeita ao
meu Santo Espírito.
"Por
isso, as coisas que tu viste deves transmiti-las à outra estirpe, àqueles que
não provêm deste éon. Porque um dom deste, gênero não é colocado em homens que
não sejam imortais; mas tão-somente naqueles que foram escolhidos em virtude da
sua natureza imortal, naqueles que demonstraram ser capazes de acolhê-lo: este
espírito dar-lhes-á a própria plenitude."
CONCLUSÃO
"Em
conclusão, Ele disse: "A quem tem será dado e terá em abundância. Mas a
quem não tem — ao homem deste lugar, aquele que está completamente morto,
aquele que está longe da plantação desta criação, (porque é um homem) desta
geração, na qual, quando aparece alguém cuja natureza é imortal, crê-se poder
capturá-lo — a ele será tirado o que tem e será dado àquele que tem. Portanto,
sê corajoso! Não tenhas medo de ninguém! Porque eu estarei contigo para que
nenhum dos teus inimigos prevaleça sobre ti. A paz esteja contigo! Sê
forte!" Fim
Segundo
a Bíblia, seu nome original não era Pedro, mas Simão. Aparece ainda uma
variante do seu nome original, Simão Pedro, no livro dos Atos dos Apóstolos
(Atos 10:18) e na II Epístola de Pedro (II Pedro 1:1).
No
Evangelho de João (João 1:42), Cristo muda seu nome para כיפא, Kepha (Cefas em
português), que em aramaico significa "pedra", "rocha",
nome este que foi traduzido para o grego como Πέτρος, Petros, através da
palavra πέτρα, petra, que também significa "pedra" ou
"rocha", e posteriormente passou para o latim como Petrus, também
através da palavra petra, de mesmo significado.
A
mudança de seu nome por Jesus Cristo, bem como seu significado, ganham
importância de acordo com a Igreja Católica em Mateus 16:18, quando Jesus diz:
"E eu te declaro: tu és Kepha e sobre esta kepha edificarei a minha Igreja
e as portas do inferno não prevalecerão nunca contra ela." Jesus comparava
Simão à rocha.6 Desta forma, Cristo, de acordo com a tradição católica, foi o
fundador da Igreja Católica, fundada sobre Simão Pedro e sendo-lhe concedido,
por este motivo, o título de Príncipe dos Apóstolos. Esse título é um tanto
tardio, visto que tal designação só começaria a ser usada cerca de um século
mais tarde, suplementando o de Patriarca (agora destinado a outro uso). Pedro
foi o primeiro Bispo de Roma. Essa circunstância é importante, pois daí provém
a primazia do Papa e da diocese de Roma sobre toda a Igreja Católica;
posteriormente esse evento originaria os títulos "Apostólica" e
"Romana".
Antes
de se tornar um dos doze discípulos de Cristo, Simão era pescador. Teria
nascido em Betsaida e morava em Cafarnaum. Era filho de um homem chamado João
ou Jonas e tinha por irmão o também apóstolo André. Simão e André eram
"empresários" da pesca e tinham sua própria frota de barcos, em
sociedade com Tiago, João e o pai destes, Zebedeu7 .
Possivelmente
Pedro era casado e tinha pelo menos um filho . Sua esposa era de uma família
rica e moravam numa casa própria, cuja descrição é muito semelhante a uma vila
romana , na cidade "romana" de Cafarnaum .
Segundo
o relato em Lucas 5:1-11, no episódio conhecido como "Pesca
milagrosa", Pedro teria conhecido Jesus quando este lhe pediu que
utilizasse uma das suas barcas, de forma a poder pregar a uma multidão de gente
que o queria ouvir. Pedro, que estava a lavar redes com Tiago e João, seus
sócios e filhos de Zebedeu, concedeu-lhe o lugar na barca, que foi afastada um
pouco da margem.
No
final da pregação, Jesus disse a Simão que fosse pescar de novo com as redes em
águas mais profundas. Pedro disse-lhe que tentara em vão pescar durante toda a
noite e nada conseguira mas, em atenção ao seu pedido, fá-lo-ia. O resultado
foi uma pescaria de tal monta que as redes iam rebentando, sendo necessária a
ajuda da barca dos seus dois sócios, que também quase se afundava puxando os
peixes. Numa atitude de humildade e espanto Pedro prostrou-se perante Jesus e
disse para que se afastasse dele, já que é um pecador. Jesus encorajou-o,
então, a segui-lo, dizendo que o tornará "pescador de homens".
Nos
evangelhos sinóticos, o nome de Pedro sempre encabeça a lista dos discípulos de
Jesus, o que na interpretação da Igreja Católica Romana deixa transparecer um
lugar de primazia sobre o Colégio Apostólico. Não se descarta que Pedro, assim
como seu irmão André, antes de seguir Jesus, tenha sido discípulo de João
Batista.
Outro
dado interessante era a estreita amizade entre Pedro e João Evangelista, fato
atestado em todos os evangelhos, como por exemplo, na Última Ceia, quando
pergunta ao Mestre, através do Discípulo amado (João), quem o haveria de trair
ou quando ambos encontram o sepulcro de Cristo vazio no Domingo de Páscoa. Fato
é que tal amizade perdurou até mesmo após a Ascensão de Jesus, como podemos
constatar na cena da cura de um paralítico posto nas portas do Templo de
Jerusalém.
Segundo
a tradição defendida pela Igreja Católica Romana e pela Igreja Ortodoxa, o
apóstolo Pedro, depois de ter exercido o episcopado em Antioquia, teria se
tornado o primeiro Bispo de Roma. Segundo esta tradição, depois de solto da
prisão em Jerusalém, o apóstolo teria viajado até Roma e ali permanecido até
ser expulso com os judeus e cristãos pelo imperador Cláudio, época em que
haveria voltado a Jerusalém para participar da reunião de apóstolos sobre os
rituais judeus no chamado Concílio de Jerusalém. A Bíblia atesta que após esta
reunião, Pedro ficou em Antioquia (como o seu companheiro de ministério, Paulo,
afirma em sua carta aos gálatas). A tradição da Igreja Católica Romana afirma
que depois de passar por várias cidades, Pedro haveria sido martirizado em Roma
entre 64 e 67 d.C. Desde a Reforma, teólogos e historiadores protestantes
afirmaram que Pedro não teria ido a Roma; esta tese foi defendida mais
proeminentemente por Ferdinand Christian Baur, da Escola de Tübingen. Outros,
como Heinrich Dressel, em 1872, declararam que Pedro teria sido enterrado em
Alexandria, no Egito ou em Antioquia.4 Hoje, porém, os historiadores concordam
que Pedro realmente viveu e morreu em Roma. O historiador luterano Adolf
Harnack afirmou que as teses anteriores foram tendenciosas e prejudicaram o
estudo sobre a vida de Pedro em Roma.4 Sua vida continua sendo objeto de
investigação, mas o seu túmulo está localizado na Basílica de São Pedro, no
Vaticano, o qual foi descoberto em 1950 após anos de meticulosa investigação.5
Alguns
pesquisadores acreditam que, assim como Judas Iscariotes, Pedro tenha sido um
zelota, grupo que teria surgido dos fariseus e constituía-se de pequenos
camponeses e membros das camadas mais pobres da sociedade. Este supostamente
estaria comprovado em Marcos 3:18, assim como em Atos 1:13, no entanto, o certo
"Simão, o Zelote" é na realidade uma pessoa distinta dentre as
nomeações descritas nas referidas citações.
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