(O
papiro cóptico - linguagem
tradicional egípcia - do qual as primeiras seis páginas se perderam, começa no meio
dos evangelhos)
"...então,
a questão será salva ou não?"
O
Salvador disse, "Todas as naturezas, todas as coisas formadas, todas as
criaturas existem dentro e com um outro e será solucionado novamente em suas
próprias raízes, porque a natureza do assunto será dissolvida apenas nas raízes
de sua natureza. Aquele que tem ouvidos para ouvir, ouça." [cf. Mt. 11.15,
etc.].
Pedro
lhe disse, "Desde que tu nos explicaste todas as coisas, conte-nos isto:
qual é o pecado do mundo? "[cf. Jo 1.29]. O Salvador disse, "o pecado
como tal não existe, mas tu cometes pecado quando fazes o que é da natureza de
fornicação, que é chamada 'pecado.' Por esta razão o Bem entrou em seu meio,
para a essência de cada natureza, para restabelecê-lo à sua raiz." Ele continuou
a dizer, "por isto tu entras na existência e morre [...] todo o que sabe
pode saber [...] um sofrimento que não tem semelhante, que surgiu do que é
contrário à natureza. Então surge uma perturbação no corpo inteiro. Por isto eu
vos disse, tendes bom ânimo [cf. Mt. 28.9], e se estiveres desanimado, ainda
tenha coragem contra as várias formas da natureza. Aquele que tem ouvidos para
ouvir, ouça." Quando o Santificado disse isto, ele cumprimentou todos
eles, dizendo "a Paz esteja convosco [cf. Jo 14.271. Recebei minha paz.
Prestai atenção para que ninguém vos desvie com as palavras, 'ei-lo, aqui! ' ou
'ei-lo, lá! ' [cf. Mt 24.5, 23; Lc 17.21] porque o Filho do Homem está dentro
de ti [cf. Lc 17.21]. Siga-o; aqueles
que o buscam o acharão [cf. Mt 7.7]. Então, vá e pregue o Evangelho do Reino
[cf. Mt 4.23; 9.15; Mc 16.15]. Eu não deixei nenhuma ordem senão o que eu lhe
ordenei, e eu não vos dei nenhuma lei, como fez o legislador, para que não
sejas limitada por ela."
Eles
afligiram e lamentaram grandemente, dizendo, "Como nós iremos aos Gentios
e pregaremos o Evangelho do Reino do Filho do Homem? Se nem sequer ele foi
poupado, como seremos nós?"
Então
Maria se levantou e cumprimentou a todos eles e disse aos seus irmãos,
"não lamentem ou se aflijam ou sejam irresolutos, porque sua graça estará
com todos vós e os defenderá. Louvemos sua grandeza, porque ele nos preparou e
nos fez em homens."
Quando
Maria disse isto, os seus corações mudaram para melhor, e eles começaram a
discutir as palavras do [Salvador].
Pedro
disse à Maria, "Irmã, nós sabemos que o Salvador a amou mais que a outras
mulheres [cf. Jo 11.5, Lc 10.38-42]. Conte-nos as palavras do Salvador que tens
em mente visto que as conhece; e nós não, nem ouvimos falar delas." Maria
respondeu e disse, "o que está oculto de vós dividirei convosco." E
ela começou a dizer as seguintes palavras. "Eu", ela disse, "vi
o Senhor em uma visão e eu lhe disse, `Senhor, eu o vi hoje em uma visão.' Ele
respondeu e me disse, `Bendita sois vós, visto que não oscilas-te ao me ver.
Pois onde a mente está, existe seu semblante' [cf. Mt 6.21]. Eu lhe disse,
'Senhor, a mente que vê a visão, a vê através da alma ou do espírito?' O
Salvador respondeu e disse, 'nem vê pela alma nem pelo espírito, mas a mente
que está entre os dois, que vê a visão e é... '" "... e o Desejo
disse, 'eu não o vi descer; mas agora eu o vejo subindo. Porque falas
falsamente, quando tu pertences a mim?' A alma respondeu e disse, 'eu o vi, mas
tu não me viste ou me reconheceste; eu o servi como uma roupa e tu não me
reconheceste.' Depois que disse isto, foi alegre e contentemente embora.
Novamente veio ao terceiro poder, a Ignorância. Este poder questionou a alma:
'para onde vais? Tu estavas limitado na impiedade, tu eras realmente limitado.
Não julguei' [cf. Mt 7.1]. E a alma disse, `Por que me julgas, quando eu não julguei?
Eu estava limitado, entretanto eu não me importei. Eu não fui reconhecido, mas
eu admiti que todos se libertarão, coisas terrestres e divinas.' depois que a
alma deixou para trás o terceiro poder, subiu para o alto, e viu o quarto
poder, que tinha sete formas. A primeira forma é a escuridão, a segunda o
desejo, a terceira a ignorância, o quarto o despertar da morte, o quinto é o
reino da carne, o sexto é a sabedoria da loucura da carne, o sétimo é sabedoria
colérica. Estes são os sete participantes em ira. Eles perguntam à alma, `De
onde vens, assassina de homens, ou onde vais, conquistador do espaço? 'A alma
respondeu e disse, 'o que me agarra é morto; o que se volta para mim é
superado; meu desejo se acabou e a ignorância está morta. Em um mundo eu fui
salva de um mundo, e em um "tipo", de um "tipo" mais alto e
da corrente da impotência de conhecimento, a existência do que é temporal.
Desde agora eu alcançarei descanso no tempo do momento do Eon no silêncio.'
"
Quando
Maria disse isto, ela ficou em silêncio, visto que o Salvador tinha falado
assim com ela. Mas André respondeu e disse aos irmãos, 'Diga o que pensas com
relação ao que ela disse. Porque eu não acredito que o Salvador disse isto.
Porque certamente estes ensinos são de outro tipo."
Pedro
também se opôs a ela com respeito a estes assuntos e lhes perguntou pelo
Salvador. "Então falou secretamente com uma mulher [cf. Jo 4.27], de
preferência a nós, e não abertamente? Nós voltamos e todos a escutaram? Ele a
preferiu a nós? "Então Maria afligiu-se e disse a Pedro, "Meu irmão
Pedro, o que pensas? pensas que eu pensei isto por mim mesmo em meu coração ou
que eu estou mentindo com relação ao Salvador?"
Levi
respondeu e disse a Pedro, "Pedro, tu és sempre irascível. Agora vejo que
disputas contra a mulher como a adversários. Mas se o Salvador a fez
merecedora, quem és tu para a rejeitar? Seguramente o Salvador a conheceu muito
bem [cf. Lc 10.38-42]. Por isso ele a amou mais que nós [cf. Jo 11.5]. E nós
deveríamos estar bastante envergonhados e deveríamos nos revestir do Homem
Perfeito, para nos formar [?] como ele nos ordenou, e proclamar o evangelho,
sem publicar uma ordem ou uma lei adicional além daquela que o Salvador falou.
Quando Levi disse isto, eles começaram a sair para proclamá-lo e pregá-lo.
Maria
Madalena (em grego: Μαρία ἡ Μαγδαληνή) é descrita no Novo Testamento como uma
das discípulas mais dedicadas de Jesus Cristo. É considerada santa pelas
diversas denominações cristãs e sua festa é celebrada no dia 22 de julho.
A
Igreja Católica, seguindo São Gregório Magno, além de a identificar como a
"pecadora" de Lucas 8:2, algo que a moderna exegese desmente, também
a identifica como sendo a mesma Maria de Betânia, irmã de Lázaro, e celebra as
"Três Marias" em uma única festa. A Igreja Ortodoxa, ao contrário,
seguindo Orígenes, distingue as três figuras, celebrando três festas diferentes,
nomeadamente no segundo domingo após a Páscoa.
"Madalena"
não era o seu sobrenome, como popularmente se acredita. No seu tempo de vida o
conceito de "sobrenome" não existia entre o povo judeu. O nome
Madalena na realidade é um adjetivo que a descreve como sendo natural de
Magdala, cidade localizada na costa ocidental do Mar da Galileia.
Maria
Madalena no Novo Testamento
Ela
acreditava que Jesus Cristo realmente era o Messias. (Lucas 8:2; Lucas 11:26;
Marcos 16:9). Esteve presente na crucificação e no funeral de Cristo,
juntamente com Maria de Nazaré e outras mulheres. (Mateus 27:56; Marcos 15:40;
Lucas 23:49; João 19:25). Após o por do sol do dia sagrado judaico, o sábado,
quando este findava, segundo o costume bíblico, ela comprou certos perfumes a
fim de preparar o corpo de Cristo da forma como era de costume. Permanecera na
cidade durante todo o sábado, e no dia seguinte, de manhã muito cedo,
"quando ainda estava escuro" foi ao sepulcro. Maria estava da parte
de fora, a chorar, debruçou-se para dentro do túmulo e viu dois anjos vestidos
de branco sentados onde tinha estado o corpo de Jesus, um á cabeceira e outro
aos pés. Perguntaram-lhe "Mulher por que choras?" E ela respondeu
"porque levaram o meu Senhor e não sei onde O puseram", dito isto,
voltou-se para trás e viu Jesus de pé, mas não O reconheceu. E Jesus disse-lhe:
" Mulher, porque choras? Quem procuras? Ela pensando que era o encarregado
do Horto disse-Lhe: Senhor se foste tu que O tiraste, diz-me onde O puseste,
que eu vou busca-l'O. Disse-Lhe Jesus: "Maria!" Ela aproximando-se
exclamou em hebraico: " Rabbuni!"- que quer dizer Mestre! Jesus
disse-lhe; "Não me detenhas, pois ainda não subi para o Pai; mas vais ter
com os meus irmãos e diz-lhes: "Subo para O meu Pai que é vosso Pai, para
O meu Deus que é vosso Deus" :Maria Madalena foi e anunciou aos
discípulos: "Vi o Senhor!" E contou o que Ele lhe tinha dito. (João
20:18; Mateus 28:1-10; Marcos 16:1-11; Lucas 24:1-10; João 20:1-2). Nada mais
se sabe sobre ela a partir da leitura dos evangelhos canónicos.
Em
Lucas 8:2, faz-se menção, pela primeira vez, de "Maria, chamada Madalena,
da qual saíram sete demônios". Não há qualquer fundamento bíblico para
considerá-la como a prostituta arrependida dos pecados que pediu perdão a
Cristo; também não há nenhuma menção de que tenha sido prostituta. Este
episódio é frequentemente identificado com o relato de "Maria aos pés de
Jesus" em Lucas, ainda que não seja referido o nome da mulher em causa.
No
livro Aos Pés de Jesus (2000), o escritor adventista Doug Batchelor levanta a
hipótese de que Maria Madalena, Maria de Betânia (irmã de Marta e Lázaro), a
pecadora de Lucas 7 e a adúltera de João 8 tenham todas sido a mesma pessoa.
Teorias
Alguns
escritores e estudiosos contemporâneos, principalmente Margaret George, Henry
Lincoln, Michael Baigent e Richard Leigh, autores do livro O Santo Graal e a
Linhagem Sagrada (1982), e Dan Brown autor do romance O Código da Vinci (2003),
narram Maria Madalena como uma apóstola, mulher de Cristo que teve com ele,
inclusive, filhos. Nessas narrações, tais fatos teriam sido escondidos por
revisionistas cristãos que teriam alterado os Evangelhos.
Estes
escritores teriam baseado suas afirmações nos Evangelhos Canônicos e nos livros
apócrifos do Novo Testamento, além dos escritos gnósticos. Segundo os
evangelhos aceitos pela Igreja Católica, Jesus Cristo, o "filho de
Deus", não veio à Terra para se casar e muito menos ter filhos. Portanto,
para os preceitos desta Igreja, Maria Madalena não foi e nem poderia ter sido a
esposa de Jesus Cristo.
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